Ninguém gosta de trabalhar com desconforto, isso é um fato incontestável para todos indivíduos. A ciência da Ergonomia busca trazer um conhecimento prático muito necessário em relação ao equilíbrio entre produtividade e conforto.
A palavra tem derivação do grego, onde “ergon” significa trabalho, e “nomos” significa leis ou normas
Em 2020, a pandemia do COVID-19 transformou o formato de trabalho de muitos ao redor do mundo, e a adoção de práticas ergonômicas foi fundamental às empresas que tiveram o cuidado com seus trabalhadores que passaram a trabalhar no modelo “home-office”, assim como, os que retornaram às suas atividade após um grande período de lockdown.
Para que as empresas aumentem a saúde (mental e física) e produtividade dos colaboradores, elas precisam considerar a aplicação de premissas ergonômicas.
Achou interessante? Vamos conhecer a ciência da Ergonomia.
Boa leitura!
O que é ergonomia?
A ergonomia é uma ciência que busca compreender o relacionamento entre o ser humano e seu desempenho geral dentro de um sistema, no contexto que estamos abordando, este sistema seria relacionado ao bem-estar dentro da sua rotina profissional.
No geral, pode-se dizer que a ergonomia se concentra em explicar o desenvolvimento e aplicação de regras com o foco em organizar as condições de trabalho, analisando e implementando medidas compatíveis com as características físicas e cognitivas do ser humano.
O objetivo principal da ergonomia é atingir o conforto humano, resultando diretamente na melhoria da saúde e sua segurança no exercício de suas tarefas profissionais.
Então, é preciso conhecer os processos e condições dentro da empresa, isso vai desde o perfil dos funcionários, até suas respectivas características individuais, podem ser incluídas na análise.
Assim, o tipo e escopo de atividade proposto pela empresa deve mitigar riscos à saúde e bem estar ergonômico do indivíduo e do coletivo.
Ter um ambiente adequado para estudar ou trabalhar em casa ajuda a manter a saúde mental e física em dia.
Além disso, ergonomia não se relaciona apenas com postura ou móveis recomendados. A ergonomia faz parte destas duas características, mas também leva em conta fatores ambientais, como temperatura, ventilação, iluminação, etc. e aspectos mentais, como estresse, concentração, entre outras soft skills.
Ou seja, o indivíduo e seu espaço de trabalho devem estar o mais possivelmente alinhados para que as atividades exercidas contemplem as expectativas produtivas da empresa ao mesmo nível do bem estar do colaborador.
A NR 17: A Ergonomia desenvolvida pelo Ministério do Trabalho e Emprego
A NR 17 (Norma Regulamentadora nº 17),foi desenvolvida pelo Ministério do Trabalho e Emprego junto com outras entidades trabalhistas, e disserta sobre a importância e orientações da prática de ergonomia.
A norma consolida a prática como reconhecida legalmente em ser fator fundamental para o cuidado e manutenção da saúde, segurança e qualidade de vida do colaborador em seu local de trabalho.
Para contextualizar, a norma surgiu após o “boom” de casos de doenças ocupacionais ocasionadas por falta de condições de trabalho adequadas.
Por ser uma regulamentação, sua missão é apoiar colaboradores e empresários, buscando o equilíbrio e a prevenção máxima do impacto na saúde provenientes de riscos ergonômicos nas organizações.
Sendo assim, temos a Análise Ergonômica do Trabalho – AET que é aplicada para avaliar possíveis embates entre o ambiente de trabalho e o bem estar do colaborador. Essas relações estão conectadas em pontos, por exemplo:
- Modelos de produção;
- Análise do projeto;
- Horário e velocidade de trabalho;
- Designação das tarefas;
- Movimentação (levantamento, transporte e descarga) de produtos ou materiais;
- Adequação mobiliária as tarefas e colaboradores;
- Exigência de tempo/prazos;
Quais são os tipos de Ergonomia?
Para entender a quantidade de diferentes vertentes de aplicação da Ergonomia é preciso avaliar por tópicos, que atendem por diferentes fatores. Os tipos estão relacionados às principais características ligadas aos aspectos físicos, cognitivos, ambientais, sociais e organizacionais. Confira:
Física:
A princípio a questão física consiste na relação contínua entre as atividades diárias que exigem esforços físicos em sua execução e as características anatômicas do ser humano.
O objetivo central da ergonomia física é obter o melhor desempenho do indivíduo, através da realização de estudos de sua fisiologia, antropometria e biomecânica que são aplicados aos postos de trabalho para atingir o seu melhor desempenho.
Portanto para que medidas ergonômicas sejam aplicadas, documentadas, com a estruturação de equipamentos e maquinários adaptados às necessidades, é necessário analisar de perto alguns pontos como por exemplo:
Perfil e exigência postural no trabalho;
Manuseio de produtos;
Movimentos Repetitivos;
Layout das estações de trabalho;
Temperatura do ambiente e ventilação;
Ruído;
Iluminação;
Condições sanitárias;
Organizacional:
O indivíduo dentro de um contexto organizacional funciona como uma engrenagem junto com outros colaboradores, estar atento ao bom funcionamento permite que o sistema da empresa funcione de forma limpa. Além de suas estruturas organizacionais, processuais e políticas.
A Ergonomia Organizacional analisa e intervém na cultura e ambiente organizacional, sob o objetivo de adaptar as condições oferecidas pela empresa, a saúde e bem estar do colaborador.
Para alcançar a excelência neste tipo de ergonomie,, é extremamente necessário que os pontos listados abaixo sejam mapeados e adaptados:
Comunicação organizada;
Projetos colaborativos;
Organograma;
Cultura organizacional;
Formato de feedbacks;
Gestão de qualidade.
Cognitiva:
Este tipo de ergonomia, inclui os processos mentais trabalhados pelo colaborador ao executar suas tarefas e como esses processos podem afetar suas diferentes interações com objetos de um sistema organizacional.
Ou seja, englobam o raciocínio, reação, análise e percepção do cenário ou memória.
Funciona como um método de avaliar as principais questões que influenciam, de alguma forma, o perfil mental dos colaboradores.
Neste tipo de ergonomia, levam-se os seguintes pontos:
Pressão e carga mental exigida pelo trabalho;
Os processos que te guiam para a tomada de decisão;
A interação entre homem e máquina;
Otimização de Sistemas;
A confiabilidade humana;
A carga de estresse com origem profissional;
Os benefícios da ergonomia no trabalho
A aplicação adequada da ergonomia traz ao ambiente corporativo uma série de benefícios excepcionais. Além disso, com o equilíbrio entre bem-estar e qualidade alcançados, o índice de produtividade da sua empresa tende a aumentar.
Confira a lista de alguns benefícios de destaque:
Aumento na criatividade e organização dos trabalhadores
Oferecer aos seus funcionários a autonomia para modelar suas estações de trabalho ajudam a criar uma conexão emocional, encorajando-o a manter o espaço organizado, limpo e propiciando um melhor desempenho.
No entanto, é preciso verificar se a personalização não interfere negativamente na proposta ergonômica.
Mas o ponto principal é que, com um ambiente mais favorável para o desenvolvimento das atividades, há um maior foco da atenção ao que realmente importa e, dessa forma, uma diminuição dos erros.
A ergonomia sabe estimular o processo criativo e a geração de valor para a empresa e o profissional.
Evita problemas de saúde
Sequência de movimentos repetitivos, erros no carregamento de produtos ou cargas e posturas incorretas podem gerar diversos problemas para saúde do colaborador, como dores crônicas na coluna lombar, pescoço, mãos ou nos joelhos.
Ainda há o fato de que, alinhado à má iluminação, os problemas ficam mais graves, podendo causar enxaquecas ou dificuldades na visão. Quando executado corretamente, a aplicação de práticas ergonômicas ajudam a reduzir os números de afastamentos e de ausências.
Benefícios Extras
São tantos benefícios que separamos uma lista especial com alguns exemplos que não chegamos a mencionar especificamente, confira:
- Impacta positivamente na satisfação dos colaboradores;
- Mitiga o absenteísmo (faltas e atrasos);
- Aumenta a segurança do trabalho;
- Valoriza o ambiente de trabalho e sua usabilidade;
- Facilita a integração e colaboração da equipe;
- Minimiza o risco de problemas cognitivos e emocionais;
- Aumenta práticas de ginástica laboral;
- Tem impacto direto na redução de pedidos de demissão (turnover).
Diz aí, faltou algum ponto positivo que você queira destacar? Deixa aqui nos comentários